Brasil é o quinto país do mundo em número de construções sustentáveis e agora se volta para o bem-estar dos ocupantes

O mundo discute atualmente e com mais frequência os problemas ambientais e alternativas para combatê-los. A poluição do ar, mudanças climáticas, escassez hídrica, queimadas, excesso de carbono nos oceanos e atmosfera, degradação do solo, desmatamento e extinção de espécies animais têm mobilizado cada vez mais a sociedade civil em busca de soluções. Surge agora também uma nova preocupação: o bem-estar da população, já que tudo está interligado na vida das pessoas.

Mas como é possível fazer sua parte para ter uma vida sustentável e saudável? O número de casas sustentáveis tem crescido no Brasil. Por outro lado, os impactos que uma construção causa no meio ambiente e o tipo de produtos utilizados são preocupações constantes de um consumidor mais exigente, informado e ecologicamente responsável.

As construções antigas não se preocupavam com o ambiente e o bem-estar dos moradores era deixado de lado por falta de conhecimento e tecnologia. Tudo isso resultou em casos que acontecem até hoje e afetam diretamente a saúde das pessoas e o meio ambiente. Um exemplo é o mofo, descrito abaixo.

Mofo letal

O que parecia ser apenas algo simples tornou-se um problema de grandes proporções nos Estados Unidos. Fungos conhecidos popularmente como mofo, apesar de muito comuns, podem ser letais.

No início de novembro ganhou as páginas da imprensa mundial o caso da estudante Jasmine Joof, da Universidade Howard (HBCU), nos Estados Unidos, que garantiu que teve uma reação alérgica provocada pelo mofo que crescia no seu quarto. Ela reportou que teve tosse, mal-estar e dores de cabeça por várias semanas até descobrir o que provocava tudo isso. Joof reclamou em setembro, mas não teve o problema resolvido pela universidade. Então, ela e outros estudantes que enfrentavam situações semelhantes decidiram dormir em barracas e colchões de ar no Centro Blackburn da universidade para protestar e exigir providências urgentes. Os responsáveis pelos prédios alegaram que os problemas foram causados em razão dos anos de existência das edificações, já que são “muito antigas”.

Em 2009, outro caso chamou a atenção. A atriz Brittany Murphy e o marido Simon Monjack foram encontrados mortos em casa. A causa da morte, de acordo com o tabloide inglês Daily Mail, teria sido o mofo que existia na residência do casal em Los Angeles (EUA). O casal foi vitimado por uma pneumonia aguda.

O mofo é uma designação comum dada a fungos filamentosos que não formam estruturas semelhantes a cogumelos. Eles vivem principalmente em lugares úmidos e escuros. Eles crescem sobre pão velho, frutas podres, couro, madeira, papel e muitos outros materiais. A estrutura do mofo contém esporos que ficam no ar e podem ser inalados pelas pessoas que frequentam o local. Não há apenas um único fator que possa causar o mofo, pois a combinação de falta de arejamento, umidade e falta de luz solar é o que pode ocasionar o aparecimento desses fungos. E é nesse planejamento do ambiente que entra a expertise das empresas de construção.

Algumas incorpordadoras, como a brasileira Alphaz Concept, por exemplo, utilizam os produtos certificados como saudáveis da empresa Biomassa, que comprovadamente inibem a proliferação de fungos e bactérias e zeram o risco de contaminação para a saúde dos ocupantes das construções.

Toda essa tecnologia é pensada e desenvolvida para atender a duas necessidades, o compromisso com o meio ambiente e o bem-estar das pessoas.

Responsabilidade com habitats e habitantes

Para criar ambientes resistentes a contaminações e outros problemas que afetem a saúde de pessoas e também de outros seres vivos, como animais de estimação, as construtoras buscam cada vez mais executar projetos de arquitetura com responsabilidade ecológica. Seguindo as mais modernas tendências de construções ecologicamente viáveis e práticas de custo otimizado, agora é possível construir combinando sustentabilidade, saúde e ainda garantir o alto valor agregado para os proprietários. Exemplos de soluções sustentáveis são os painéis solares fotovoltaicos, sistemas biodigestores para tratamento de esgoto, captadores de água da chuva, compostagem orgânica e lixeiras para coleta seletiva.

Dados divulgados pelo United States Green Building Council (USGBC), criador do sistema LEED (Liderança em Energia e Design Ambiental) de classificação de edifícios sustentáveis, referentes ao ano de 2020, demonstram que o Brasil ocupa a quinta colocação no ranking mundial de sustentabilidade, do qual fazem parte 180 países.

O país possui mais de 1,5 mil construções sustentáveis, sendo que 641 são certificadas e 50 milhões de metros quadrados ainda buscam a certificação Green Building Council Brasil. Esse documento foi criado com a intenção de fornecer ferramentas necessárias para projetar, construir e administrar condomínios residenciais que tenham alto desempenho e práticas sustentáveis.

As incorporadoras já estão tentando se adequar a nova demanda do mercado. A Alphaz Concept, por exemplo, firmou uma parceria com a startup Biomassa do Brasil com o objetivo de desenvolver empreendimentos com mais sustentabilidade, responsabilidade social e salubridade. A partir de agora, os empreendimentos passarão a contar com a utilização dos produtos que prometem redução de custos, eficiência, cuidado com o meio ambiente e atenção às pessoas, segurança garantida pelo certificado Green Building Council de produto sustentável.

Além de trazer sustentabilidade para as obras e saúde para os usuários, a parceria também garante redução nos custos. O uso da biomassa na construção civil reduz em até 40% o custo de uma obra, segundo algumas análises já realizadas, entre elas a publicada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (SINDUSCON-DF).

O material não utiliza nenhum componente da argamassa tradicional, evitando assim a produção do cimento que é responsável por 3% de toda a energia consumida no planeta. Reduz, desperdício e poluição, uma vez que cada tonelada de cimento injeta quase a mesma quantidade de gás carbônico na atmosfera. Além disso, o consumo de água na construção cai em cerca de 95%.

Existem ainda outros benefícios como aumento da velocidade da edificação em até quatro vezes em relação ao que é feito com o uso da argamassa e o rendimento chega a ser 20 vezes superior, uma vez que uma bisnaga de apenas 3kg substitui quase 60kg do tradicional.  material também pode ser usado para piso e azulejo rápido, para a sobreposição em cima do piso velho, sem que seja preciso quebrá-los.

Os empreendimentos apresentam, em média, redução de 25% em energia, de 40% a 60% na utilização de água, retiram mais de 80% dos resíduos que seriam enviados a aterros sanitários, impactando positivamente na saúde e bem-estar de quem vai morar ou usufruir dos espaços. Algumas empresas buscam alternativas como a utilização de materiais reciclados, madeira de reflorestamento, tijolos produzidos com materiais sustentáveis e saudáveis, reservatórios para captação de água e claro, painéis solares para captação de energia, tratamento de esgoto e transformação em biogás para utilização nas casas.

As mudanças passam também pelos moradores. Incentivo à coleta seletiva de lixo, o uso inteligente de recursos naturais como a água, principalmente durante o banho e da luz, em tempos de crise energética, com falta de chuvas e risco de apagões no abastecimento.

 

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