Instituições de 60 países responderam à urgência da descarbonização no ritmo e na escala necessários para restringir o aquecimento global

A iniciativa Science Based Targets (SBTi) e o Pacto Global das Nações Unidas anunciam que mais de mil empresas estabeleceram o limite de aumento da temperatura em 1.5°C, em concordância com as metas baseadas na ciência, como parte de uma campanha global para implementar rapidamente os objetivos climáticos corporativos.

No total, 1.046 empresas, que representam cerca de US$ 23 trilhões em capitalização de mercado, o que é mais que o PIB dos Estados Unidos, responderam à urgência da descarbonização, no ritmo e na escala necessários para limitar o aquecimento global a 1,5°C. Tais empresas abrangem 53 setores, em 60 países e, juntas, têm mais de 32 milhões de funcionários.

O Relatório de Status Business Ambition for 1.5°C – Responding to the Climate Crisis – publicado nesta quarta-feira (10/11), revela o impacto do objetivo empresarial para a campanha Business Ambition for 1,5°C, lançada, em 2019, pelo Pacto Global, liderada pela SBTi, iniciativa global que permite que as empresas estabeleçam metas de redução de emissões alinhadas com a ciência, em parceria com o We Mean Business, a Race to Zero e o Pacto Global das Nações Unidas.

As metas alinhadas ao limite de 1,5°C são agora a escolha mais comum no setor corporativo, pois representam 75% do total das submissões à iniciativa SBTi até o momento. Na urgência de reduzir pela metade as emissões nos próximos oito anos, a SBTi só aceitará metas corporativas alinhadas ao limite de 1,5°C, iniciando em junho de 2022.

“Antes da Cúpula de Ação Climática da ONU de 2019, desafiamos os líderes corporativos a limitar os piores impactos das mudanças climáticas, transformando a meta de 1,5°C no novo normal para a ação corporativa. Hoje, por meio da campanha Business Ambition for 1.5°C, estamos testemunhando um aumento sem precedentes nos compromissos corporativos para enfrentar a emergência climática. As empresas líderes devem agora solidificar sua confiança estabelecendo metas de redução de emissões fidedignas e que se validem de forma independente, além de manter relatórios sobre seu progresso. Greenwashing e compromissos enganosos não cabem no nosso caminho em direção a uma emissão líquida zero”, afirma a CEO & diretora executiva do Pacto Global das Nações Unidas, Sanda Ojiambo.

Alberto Carrillo Pineda, co-fundador e diretor geral da SBTi, esclarece que “temos lançado ações climáticas corporativas ambiciosas na mídia convencional – e se alinhar com a ciência climática é, agora, negócio costumeiro para muitas empresas em todo o mundo. Mas a corrida para a emissão líquida zero é na verdade uma maratona, e nós mal acabamos de dar o primeiro passo. A ciência climática se encarregou de deixar muito claro que estamos em ‘alerta vermelho’ para a humanidade. No que tange a enfrentar a crise climática, devemos dobrar nossos esforços, alinhar-nos com uma meta futura de 1,5°C e acelerar uma profunda e urgente descarbonização. Solicitamos às empresas no mundo todo que estabeleçam metas de emissão líquida zero com base na ciência – incluindo metas de curto e de longo prazo. Não há tempo a perder!”.

Compromissos ambiciosos dentro de um quadro de prestação de contas sólido

A prestação de contas dos compromissos corporativos é peça fundamental para o desenvolvimento da confiança e do apoio necessários à entrega de metas corporativas confiáveis. Uma vez que uma empresa tenha apresentado um compromisso, ela deverá submeter suas metas à SBTi para validação em um prazo de 24 meses, assim como apresentar relatórios anuais de emissões de GEE da empresa como um todo e do progresso em seu esforço pela obtenção dessas metas.

Um terço das empresas já concluiu a validação de suas metas de redução de emissões de curto prazo. Mais da metade também se comprometeu a alcançar emissões “net-zero” em toda a sua cadeia de valor até 2050. A SBTi será capaz de validar a integridade desses alvos por meio do Standard SBTi Net Zero, lançado em 28 de outubro, à frente da COP26.

No tempo em que as 100 maiores empresas emissoras cumpram seu compromisso nestes próximos meses, as reduções de emissões coletivas deverão ultrapassar 262 milhões de toneladas até 2030 – equivalente às emissões anuais da Espanha.

Além disso, o Pacto Global das Nações Unidas, junto com a Organização Internacional do Trabalho e a Confederação Sindical Internacional, acaba de lançar um laboratório chamado Think Lab on Just Transition, que moldará a liderança do pensamento para a ação corporativa, com o objetivo de apoiar e de se engajar em uma transição justa. Enquanto as empresas de todos os setores trabalham para reduzir pela metade as emissões globais até 2030, elas deverão, ainda, responder pela garantia de impactos positivos dentro do âmbito de seus funcionários e nas comunidades, ao mesmo tempo em que se preparam para atingir uma emissão líquida zero, um futuro resiliente e uma sociedade mais igualitária.

Para mais informações, acesse aqui.

 

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