A parceria com a eureciclo, por meio da compensação ambiental, já retirou do meio ambiente mais de 855 mil garrafas de vidro, gerando remuneração justa para cooperativas

Para mudar a realidade de reciclagem, de vidros no Brasil, o Grupo Petrópolis (dono de rótulos de cervejas como Petra, Itaipava e Crystal) está investindo para aumentar a reciclagem no Mato Grosso do Sul, junto com a eu reciclo, maior certificadora de logística reversa de embalagens do país.

As empresas operam o projeto desde 2020, que consiste em um Hub que incentiva e apoia financeiramente as centrais de triagem para que aumentem as taxas de reciclagem do vidro no MS. Trata-se da conexão, expansão de espaços físicos, mapeamento de rotas e incentivos financeiros, para que os operadores locais possam vender vidro reciclável diretamente para a indústria transformadora no estado de São Paulo. A parceria já tem resultados bastante animadores.

Mesmo sendo um material totalmente reaproveitável, o vidro enfrenta enormes desafios de reciclagem no Brasil. O principal é que as vidrarias estão concentradas em pouquíssimos locais do país, o que encarece o transporte e torna a prática economicamente inviável. Para se ter uma ideia, estima-se que uma garrafa de vidro demore 4 mil anos para se decompor.

Poucas pessoas sabem da dificuldade que o país tem em reciclar vidro, já que sempre ouvimos que é o material mais reciclável que existe. A afirmação é verdadeira – e esse ciclo é infinito -, mas precisamos estruturar essa cadeia para garantir que o processo seja realizado com êxito, tornando-o atrativo para as empresas“, explica Alaercio Nicoletti Junior, head de Sustentabilidade do Grupo Petrópolis.

A compensação ambiental de vidro no estado já soma 427 toneladas desde 2020, responsáveis pela remuneração extra para as centrais de triagem que desenvolvem o trabalho. Isso significa que a empresa já retirou do meio ambiente mais de 855 mil garrafas de vidro, resíduo que virou insumo para novos produtos.

Já em relação a ação contabilizada em todo país, em 2020 foram 11.700 toneladas em embalagens recuperadas via crédito de logística reversa. Dessas, 4.900 toneladas correspondem a recipientes de vidro, são aproximadamente 14 milhões de garrafas a menos no meio ambiente. O potencial de reciclagem do vidro é de 100%, ou seja, 1 embalagem de aproximadamente 345g quebrada, gera uma nova com o mesmo peso.

Contexto: os desafios do vidro e a importância do incentivo

Os fatores que dificultam a reciclagem do vidro são o transporte e a remuneração. A indústria vidreira está concentrada no sul e sudeste (PR, SP, MG) e conta com apenas duas grandes unidades no nordeste (PE e SE) do país. Isso quer dizer que grande parte do resíduo gerado no Brasil precisa percorrer uma distância grande para ser reciclado e reinserido no ciclo produtivo. Uma carga de Manaus, por exemplo, teria que percorrer mais de 3,8 mil km para chegar em São Paulo ou mais de 4,6 mil km até Sergipe. Considerando o custo médio de transporte rodoviário de R$700 a R$900 por tonelada e o valor de venda do material que gira em torno de R$150 a R$200 pela mesma quantidade, podemos perceber que o valor do frete ultrapassa muito a remuneração pela comercialização do vidro, o que torna o processo economicamente inviável.

 

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