Investir em AI é uma das tendências globais para o setor de transportes e logística

Os recentes relatórios sobre tendências mundiais para os próximos anos apontam mudanças drásticas nos mais diversos setores. Muitas delas impostas pelas transformações decorrentes da pandemia de covid-19. O grande desafio para as empresas é um maior investimento em tecnologia, principalmente na chamada inteligência artificial (AI). No setor logístico não é diferente.

No Brasil, cerca de 65% da carga transportada é por caminhão, segundo os mais recentes dados do Plano Nacional de Logística, do Governo Federal. As ferramentas e os processos digitais se tornaram grandes aliados das transportadoras, já que visam garantir maior produtividade, otimizar tempo de viagem, carga e descarga; reduzir custos e, consequentemente, melhorar os resultados financeiros das companhias. Somado a isso estão, ainda, os benefícios ao meio ambiente. Com a inteligência artificial, as decisões, que antes eram humanas, passaram a ser da máquina, após uma análise de milhares de dados em frações de segundos.

“A automatização e a digitalização de processos desburocratizam e agilizam rotinas. Se antes era preciso analisar dados em diferentes plataformas, o que demorava, hoje, com a inteligência artificial é possível o processamento de grandes quantidades de dados, de várias fontes, identificação de riscos, insights, tudo de uma forma rápida, possibilitando economia de tempo e eliminando retrabalho humano”, explica o CFO da Cargolift Logística, Rafael Mansur.

A Cargolift sempre investiu em tecnologia, mas foi em 2020, em meio à pandemia, que acelerou seu processo de transformação tecnológica. A companhia ajudou na criação da startup Matrixcargo e de um novo sistema para atender a ambas. Batizado de CCOMatrix-Otimizador, a ferramenta tem como objetivo o encaixe da melhor forma possível das demandas e viagens da transportadora.

“A necessidade inicial era otimizar as viagens de transporte de cargas visando diminuir o movimento de caminhões com ociosidade, o que consequentemente acarretaria em uma diminuição de custos. Primeiro criamos um sistema de captação e gerenciamento de informações, com interação entre transportadora e motoristas por meio de um aplicativo. Depois criamos uma solução envolvendo inteligência artificial para a realização do cálculo do menor custo veículo versus demanda, levando em consideração custo fixo, pedágio, distância do veículo, jornada de trabalho do motorista, tamanho do baú e sua capacidade”, destaca Manoel Souza, CEO da Ateliware, empresa de software que desenvolve produtos e soluções digitais handmade, parceira da Cargolift no projeto.

Segundo o Relatório Setorial 2019, da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação, nos próximos anos os investimentos em inteligência artificial devem crescer 36% anualmente. Além do investimento no sistema, será preciso, também, treinar os colaboradores para este novo momento. “O robô precisa entender o nosso processo, as nossas informações, os dados do setor, então nós tivemos de contratar profissionais com conhecimento de programação, mineração de dados, que pudessem ensinar o robô a expertise que reunimos ao longo de 26 anos. Tudo para que o sistema pudesse atender às nossas necessidades”, explica Nathalia Anile Santos, gerente corporativa de gente e gestão da Cargolift.

Hoje, a gestão e o desenvolvimento de upgrades no sistema, bem como de novos produtos relacionados a ele estão dentro de casa. “Contratamos um time altamente qualificado para trabalhar em melhorias, projetos de expansão e novos produtos. As otimizações proporcionadas pelo sistema estão em franca ascensão pela operação. Nosso otimizador está com uma assertividade de alocações perto dos 95%, reduzindo o tempo de planejamento e custo operacional para execução das rotas. Nosso aplicativo também gera uma grande agilidade operacional, digitalizando todo o processo com os motoristas”, diz o CTO da Matrixcargo, Rodrigo Favero.

Com o uso da inteligência artificial, a operadora pretende reduzir, no curto prazo, até 20% de sua despesa operacional. “Rodar com pouca carga no baú representa desperdício ao transportador e um preço de frete maior ao cliente, mas chegar no local para carregar e descarregar antes ou depois, quando há fila de veículos, por exemplo, também significa custo. O nosso sistema consegue avaliar todas as variáveis e indicar o que fazer. E isso ajuda não só as empresas envolvidas, transportador e cliente, como também o meio ambiente, pois desta forma temos uma melhor otimização da circulação de veículos, paradas para carregamento e descarregamento estratégicas, bem como todos os custos variáveis, como revisões, trocas de pneus entre outros itens, facilmente à disposição, auxiliando também na redução da emissão de CO2, pois cuidar do meio ambiente também é uma das nossas preocupações”, afirma o CEO da Cargolift e da Matrixcargo, Markenson Marques.

A Ateliware, empresa parceira do projeto, já desenvolveu desde de 2011 diversas soluções para o mercado e foi responsável na criação de três spin-off: a Minestore, nasceu em 2014 como uma plataforma SaaS de e-commerce descomplicada para simplificar a criação e o gerenciamento de lojas virtuais. Em 2015, foi fundada a Pipefy, sistema que entrega o gerenciamento enxuto de maneira facilitada, aprimorando a agilidade, a eficiência e a otimização de fluxos de trabalho. Hoje, a Pipefy já é usada em mais de 250 países por marcas líderes como Accenture, Visa, GE, Volvo, AB InBev e Telefônica. E mais recentemente fundaram a Trio, plataforma de infraestrutura para acesso a dados, inteligência e pagamentos, com o intuito de auxiliar instituições financeiras e empresas de serviços por meio do Open Banking.

Previous articleProjeto “Rios Sem Plástico” vai diagnosticar impacto do plástico na qualidade da água
Next articleParceria vai promover soluções de combate às mudanças climáticas

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

6 − 4 =