Da adoção de estilos de vida de baixo carbono ao desejo de conexão com a natureza, confira os comportamentos que estão em alta no mundo

O ano de 2022 já está a todo vapor e, cada vez mais, o consumo consciente tem pautado as conversas e iniciativas de pessoas, marcas e instituições. A pandemia trouxe diversas adaptações nos comportamentos, e muitos consumidores começaram a repensar suas reais necessidades e hábitos cotidianos, seja por motivos financeiros ou por entenderem que suas ações geram impactos positivos ou negativos para eles mesmos, para a sociedade e para o meio ambiente. Essas mudanças em evidência representam algumas das principais tendências para a prática do consumo consciente neste ano. E, por isso, o Instituto Akatu — principal ONG do país dedicada à sensibilização e à mobilização para o consumo consciente — levantou algumas delas.
Confira:

Estilos de vida de baixo carbono vieram para ficar! 

Muitas pessoas passam a compreender melhor a importância da adoção de hábitos diários que ajudem a combater a crise climática. De acordo com o relatório 10 Principais Tendências Globais de Consumo 2022, desenvolvido pela Euromonitor, 67% dos consumidores do mundo tentaram causar um impacto positivo no meio ambiente por meio de suas ações cotidianas no último ano.

Pesquisa Vida Saudável e Sustentável 2021, produzida pelo Akatu em parceria com a GlobeScan, destaca a percepção por parte dos brasileiros de que nosso estilo de vida tem impacto na crise climática e de que estamos diante de um desafio enorme. No país, 8 em cada 10 respondentes veem os eventos climáticos extremos como incomuns, 5 em cada 10 consideram que eles são muito incomuns e alarmantes, e 86% desejam reduzir seu impacto individual sobre o meio ambiente e a natureza.

Chamados de “agentes do clima”, os consumidores conscientes dos impactos de seus hábitos optam por escolhas mais sustentáveis no dia a dia, como reduzir o consumo de plástico de uso único, preferir produtos biodegradáveis, evitar o desperdício de alimentos, separar resíduos para reciclagem e exigir transparência e ação por parte das marcas e empresas.

Comprar itens de segunda mão está na moda!

Muitos consumidores querem viver de forma sustentável e, ao mesmo tempo, procuram alternativas com um custo mais acessível. Essas questões têm impulsionado a busca por itens de segunda mão: um levantamento do Sebrae destaca que, no primeiro semestre de 2021, foram abertos 48,58% brechós a mais em relação ao primeiro semestre de 2020 — maior crescimento na abertura de novos negócios no comércio de itens usados em seis anos.

“Ao comprar um item usado, o consumidor evita os impactos negativos associados à produção de um novo, colaborando, consequentemente, com a preservação dos recursos naturais. Ele ainda fomenta uma economia mais sustentável, que promove a extensão da vida útil dos produtos, e pode adquirir algo de qualidade por um valor mais acessível”, explica Bruna Tiussu, gerente de comunicação do Akatu.

Mais natureza, por favor! 

Em 2021, muitas pessoas deixaram as capitais e se mudaram temporariamente para o interior ou para áreas rurais. Mas a tendência é que isso se torne algo permanente, principalmente com a continuidade do trabalho remoto. A busca por reconexão com o meio ambiente segue em alta na medida em que as empresas oficializam o home office — o que contribui para a redução do consumo de energia elétrica em escritórios e da utilização de meios de transporte que utilizam combustíveis fósseis. Segundo a Pesquisa Vida Saudável e Sustentável 2021, mais da metade dos brasileiros (55%) pretende trabalhar mais de casa no pós-pandemia. E, mesmo em áreas urbanas, uma parcela expressiva de moradores deve buscar um contato maior com a natureza.

Paixão e propósito, sim! 

O equilíbrio entre vida pessoal e profissional nunca foi tão apreciado. Em 2015, apenas 12% dos consumidores do mundo priorizaram um tempo para si, o que dobrou para 24% em 2021. Já 42% sentem que podem fazer a diferença a partir das suas ações, como destaca o relatório da Euromonitor. A Pesquisa Vida Saudável e Sustentável 2021 também aponta uma mudança na percepção do consumidor neste sentido: para 56% dos brasileiros, a pandemia afetou significativamente prioridades gerais ou o que é pessoalmente importante, índice que sobe para 62% quando computadas apenas as respostas de mulheres.

“A busca por uma vida conectada com propósito inclui a prática de atividades que impactam positivamente a saúde física e mental das pessoas e o consumo de produtos e serviços que sigam a mesma linha, ou seja, que também gerem impactos positivos ou gerem menos impactos negativos que seus similares”, avalia Bruna Tiussu.

Controlar o bolso é preciso

O estudo Pinterest Predicts 2022, da plataforma de compartilhamento de imagens Pinterest, prevê que a busca por dicas de educação financeira terá um crescimento de 155%, enquanto a procura por dicas de investimento crescerá 195% em 2022. A ânsia por equilíbrio financeiro é obviamente um reflexo da decorrente crise financeira que atingiu — e ainda atinge — uma parcela significativa da população. De acordo com a pesquisa do Akatu e da GlobeScan, 62% dos brasileiros tiveram sua situação financeira afetada negativamente em 2021, e 70% afirmam que vão passar a economizar mais dinheiro na vida pós-pandemia.

A boa notícia é que a maioria dos consumidores está relativamente otimista com o futuro. O estudo da Euromonitor indica que 51% dos consumidores acreditam que terão melhores condições financeiras nos próximos cinco anos. E, se esse desenvolvimento vier acompanhado de hábitos mais conscientes de consumo, como dizer não ao supérfluo, gerar menos resíduos e evitar desperdícios, todo mundo sai ganhando.

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