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Greenpeace flagra o avanço do fogo sobre a floresta após sobrevoar a Amazônia

Monitoramento de Queimadas na Amazônia em Julho de 2021. Coluna de fogo avança sobre floresta degradada em Porto Velho, Rondônia.

De acordo com os dados do Inpe Queimadas, julho registrou 4.977 focos de calor no bioma Amazônia, todos ilegais visto que o Decreto nº 10.735 proibiu o uso do fogo no Brasil desde 28 de junho de 2021, mesma data em que o governo federal autorizou novamente o uso das tropas militares para combater as queimadas. Como principal estratégia do governo federal para conter a destruição, a GLO é comprovadamente ineficiente. A Amazônia segue sob intensa ameaça e a ilegalidade e destruição continuam devastando grandes áreas, conforme mostram as imagens registradas pelo Greenpeace em sobrevoo.

“É importante analisar os focos de calor considerando também o desmatamento ocorrido recentemente na Amazônia. Muitas áreas foram derrubadas e degradadas recentemente e devem ser queimadas ilegalmente nos próximos meses, quando a vegetação remanescente fica mais seca e suscetível ao fogo. O pior está por vir, além dos próximos meses serem mais secos na Amazônia, os órgãos ambientais seguem enfraquecidos e o Congresso Nacional tem como uma de suas prioridades aprovar alterações na lei que incentivam ainda mais destruição ambiental e invasão de terras públicas”, comenta Cristiane Mazzetti, gestora ambiental do Greenpeace.

Enquanto nossas florestas seguem sendo destruídas, representantes ruralistas continuam tentando convencer a opinião pública e a comunidade internacional de que o Brasil está cuidando do meio ambiente. Como fizeram no mês passado ao reforçar a representantes diplomáticos a intenção de aprovar projetos como o PL da Grilagem (PL 2633/2020) que, ao contrário do que dizem os ruralistas, visa anistiar grileiros, ao legalizar o ilegal, além de aumentar a violência e conflitos no campo estimula novos ciclos de invasões marcados por desmatamento e queimadas.

O número de focos registrados na Amazônia em maio e junho já havia sido o maior para esses meses desde 2007. Em julho, houve uma redução de 27% quando comparados ao mesmo mês em 2020. Estados como Rondônia e Acre registraram aumento no número de focos (95% e 29% respectivamente) e a situação no Amazonas segue preocupante: o estado tem se destacado no aumento da devastação e o registrado no mês é superior à média histórica. 

“O impacto acumulado na Amazônia a partir do fogo e do desmatamento só aumenta, estamos empurrando a floresta cada vez para mais perto do seu limite e minando seu papel de aliada no enfrentamento às mudanças climáticas. Além disso, com a destruição crescente deste bioma rico em estoque de carbono, estamos contribuindo para que extremos climáticos como esses vivenciados recentemente ao redor do planeta e no Brasil se tornem mais frequentes e intensos no futuro”, completa Cristiane.

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